
Toda população consciente e justa do planeta luta pelas causas sociais, compram de empresas socialmente responsáveis, são contra exploração dos menos favorecidos e participam da causas antirracistas com fervor. Isso é sem dúvida alguma, cuidar do outro e defendê-lo das mazelas a que são expostos.
Isso é correto. Afinal, se muitos acreditam que uma situação está errada e nada fizerem contra, essa situação se perpetuará. Então levantam suas bandeiras e deixam claro suas opiniões sendo, de certa forma, responsáveis pelas mudanças que, ainda que lentamente, caminham no sentido correto. Isso é bom, o mundo tem voltado seu olhar para seu lado obscuro e lançado um pouco de luz sobre ele. Apesar de estarmos longe do ideal, muitas conquistas vieram.
Só que hoje quero falar com as pessoas que, mesmo conscientes e pró ativas nas questões sociais, insistem em não se convencer de que estamos vivendo um problema que é mundial. Uma pandemia que não atinge apenas as minorias, ou as elites, os governantes, ou o povo, os bandidos ou os honestos, os jovens ou os velhos, pois acreditam não se enquadrar em algum grupo e ficam tranquilos para agir despreocupadamente. Frequentam bares, festas, participam de encontros coletivos e, é claro, sem nenhum tipo de proteção. Como usar máscara quando se está bebendo ou comendo com amigos numa conversa descontraída e relaxante?
Todos, sem exceção, estamos saturados de tanta privação. Mesmo os mais “desencanados” não estão vivendo suas vidas como gostariam. São obrigados a trabalhar de máscaras, muitos em home office distante do ambiente de trabalho e seus colegas, muitos perderam seus empregos e estão em casa ociosos (e quem aguenta?). Então, por que não se darem um mínimo de prazer no final de dia, no final de semana?
Eu respondo: Porque um mínimo de prazer para esses está fazendo países inteiros adoecerem cada vez mais. Um mínimo de prazer está matando os familiares que, em casa, fazem o sacrifício que esses não fazem. Está na hora de acordarem para uma realidade que não bate à porta, ela simplesmente entra e escolhe aqueles que vai abraçar. Não se trata de classificar como incultos, ingênuos, desinformados ou ricos e privilegiados. Trata-se de pessoas com problemas de empatia, sejam ricos ou pobres, inteligentes ou desinformados, honestos ou desonestos. Qualquer pessoa que tenha problema de empatia, ou que tenha o egoísmo como o sentimento mais aflorado é quem sairá às ruas como se não houvesse amanhã. É como brecar um carro no trânsito por causa do celular e, quando está acelerando para sair novamente, ouvir o barulho de uma colisão e achar que a responsabilidade não é dele.
Escrevo para meus irmxs em Oxalá que, como eu, creem em têm respeito pela religião, mas estão preocupados e temerosos com a situação, que isso é um bom sinal. O medo nos faz ser cautelosos e tomar todos cuidados necessários, para que os Guias e Orixás possam nos proteger adequadamente. Achar que, por ser religioso não vamos adoecer e ter problemas é ingenuidade.
Se você que está lendo esse texto é uma daquelas pessoas que se considera consciente e de bom senso, mas está deixando de se proteger e tentando viver a vida de forma menos “maçante”, tenha em mente que suas atitudes envolvem pessoas que não pensam como você. Até onde isso é justo e consciente? A dificuldade é para todos, alguns lidam melhor que outros, mas todos, sem exceção estamos no mesmo barco rumo ao destino que os remadores do porão nos levarão. O destino chegará, mas se os remadores não estiverem sincronizados, a viagem será longa demais.
Peço que compartilhem esse texto com seus amigos e familiares na tentativa de que essa mensagem seja lida por quem realmente necessite lidar com sua empatia, pois, todos têm o direito às próprias decisões, mas desde que elas não prejudiquem ninguém.
Ter empatia é pensar no resultado de suas ações sobre o outro, e também entender como ele será afetado.
Termino desejando que Deus possa nos abençoar e irradiar muita luz sobre a Terra levando embora as sombras que tentam nos absorver.
Fiquem na paz de Oxalá.
Maria Aparecida Linares
Mais uma vez, Maria Aparecida certeira nas palavras, na abordagem, no assunto… Obrigada por intermediar esse pensamento que deveria, por força do instinto de sobrevivência, natural e inerente a todos os seres!!!!!