Os Baianos são uma das linhas de trabalho mais recentes na Umbanda e, aos poucos, vem ganhando a admiração e o respeito de todos. É pouco presente na literatura umbandista e é mais cultuado no Sul e Sudeste do Brasil. Em São Paulo, manisfestam-se com frequência em conjunto com Marinheiros, Boiadeiros e até Mineiros, nas Linhas das Almas ou de Inhaça. Já no Rio de Janeiro são mais cultuados na Linha dos Malandros, regido por Zé Pelintra. Curiosamente, não é uma linha muito conhecida em Salvador, onde muitos templos ainda não os cultuam.
Apresentam-se como espíritos que viveram no sertão nordestino, sobretudo na Bahia, onde vivenciaram tempos difíceis de secas e privações e aprenderam a lidar com a realidade dura, a qual a humildade e espontaneidade sempre foram qualidades naturais deste povo. Carregam características próprias, como o sotaque nordestino e a disposição para o trabalho. Muitas destas Entidades apresentam características de cangaceiros, como disposição para a guerra, sendo excelentes combatentes contra as energias negativas.
As cores de suas velas podem variar e são determinadas pelas Entidades, geralmente usam o amarelo e o laranja. Bem como o melhor dia para homenageá-los. Eles apreciam comidas típicas da Bahia como o vatapá, caruru, acarajé, coco, cocada e farofa de carne seca.
Os Baianos vêm em missão de alívio ao sofrimento e como orientadores espirituais. São fortes guerreiros e trabalham tanto na Direita, quanto na Esquerda. Os Baianos são geralmente espíritos bem humorados e brincalhões e trazem sempre muita alegria aos Templos de Umbanda.
Saudação
“É da Bahia, meu pai!” O Santo que tem ligação direta com os Baianos é Padre Cícero, também conhecido como “Padin Ciço”, o sacerdote respeitado e cultuado pelo povo sertanejo.
CURIOSIDADE
Baianas de Acarajés são patrimônio cultural
Uma curiosidade acerca da Bahia é que as Baianas de Acarajé são consideradas símbolo histórico e reconhecidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, como patrimônio cultural do Brasil, desde 2005. Elas representam a resistência das negras escravizadas que, em seus rituais religiosos, preparavam oferendas para Inhaçã, os famosos acarajés, nos Candomblés da Bahia. E encontraram na culinária seus meios de sobrevivência e de perpetuação de suas tradições culturais.
Será que os ancestrais destas baianas possuem relação com os Baianos que se comunicam nos Templos de Umbanda?