No passado, era comum colocar uma cruz na estrada sempre que alguém morria no local, marcando assim aonde as pessoas deveriam fazer suas preces ao falecido. Até hoje encontra-se em cidades do interior do Brasil, sobretudo no Nordeste, esta tradição de eternizar a perda e marcar o local da morte.
A Igreja Católica sempre reservou um espaço especial destinado a oração para as almas, depositando-se ali velas, flores e orações para pessoas falecidas, desde os mártires da Igreja até os parentes mais próximos.
A Umbanda, mantendo a tradição popular e sincretizando-se com a Igreja Católica neste ponto, mantem dentro do Santuário o Cruzeiro das Almas no início da estrada que dá acesso ao Vale dos Orixás®, sendo um local de oração para pessoas desencarnadas. É conhecido também como cemitério das imagens.
Muitas imagens podem ser encontradas no local, fruto de entregas que são realizadas quando o dono das imagens já passaram para o outro plano. Seguindo a tradição Iorubá, este tipo de oração entrega-se a Abaluaiê, Orixá responsável pela encaminhamento das almas ao Orum (mundo espiritual), juntamente com Inhaçã, única yabá (Orixá feminino) capaz de enfrentar a morte.
Apesar de muitas pessoas temerem a morte, a Umbanda reconhece que a morte é apenas uma passagem para o outro plano, onde a missão do espírito continua de uma outra forma. Apesar de temida por muitos, a morte pode representar também renascimento, sendo a oportunidade de renovação, já que a matéria envelhece e o espírito precisa prosseguir sua viagem. Desta forma, o Cruzeiro das Almas tem papel importante na prática umbandista, podendo ser depositado lá, também, os trabalhos que eventualmente, se precisaria fazer em um cemitério.
Continue sua peregrinação pelo Santuário Nacional da Umbanda, visitando o Vale dos Orixás®.