Nanã Buruquê, Buruku, ou Buluku é a Senhora da Criação. Orixá temida por ser, muitas vezes, intransigente e austera é respeitada como a mais velha das Yabás (orixá feminino). De temperamento brando, acolhe e orienta seus filhos, como uma grande matriarca de muita sabedoria. Ela representa a velhice, a experiência da vida e os aprendizados mais profundos. Seus domínios são os lagos, pântanos, lama e os encontros do rio com o mar.
Na mitologia Iorubá, Nanã auxiliou Olorum (o Criador) na modelagem dos seres humanos. Usou o seu ibiri (cetro e arma) para retirar do fundo do lago a lama para a criação dos homens. Ela teve dois filhos Oxumarê o filho belo e Omulu, o filho feio. Ela é considerada justiceira e possui o poder de comandar os eguns (espíritos dos mortos). Por isso é responsável pela entrada (encarnação) e saída (desencarnação) do planeta.
No sincretismo religioso, Nanã representa Nossa Senhora Sant’Ana (ou Santa Ana). Sabe-se que ela foi a mãe de Maria de Nazaré, portanto, a avó de Jesus. Seu nome significa graça. Conta a lenda que ela já era idosa e considerada estéril, quando seu marido São Joaquim fez penitência no deserto orando por uma graça divida. Um anjo apareceu e disse que suas orações teriam sido atendidas. Ao regressar ao lar, pouco tempo depois, Sant’Ana concebeu Maria, a mãe de Jesus.
Oferendas e Saudação
As homenagens a Nanã Buruquê acontecem no dia 26 de julho. As cores de Nanã são o roxo, lilás e branco, suas velas são geralmente roxas. Assim como as flores, que ela adora receber. Suas oferendas são batata doce, jabuticaba, ameixa e vinho licoroso rosé. O dia da semana é sábado ou segunda (varia em alguns templos) e sua saudação “Salubá Nanã“.